O mundo dá voltas. Quando se trabalha no mercado de eventos, se encontra todo tipo de pessoa e aprendi isso logo assim que comecei a trabalhar como cerimonialista. Aliás, acho que é assim em todos os lugares, mas o que eu posso falar é dentro da realidade que vivo. Você encontra pessoas que te impulsionam, seja para cima ou para baixo. O que determina para onde você vai é a sua força de vontade: se for para cima e é o que deseja, é o que acontecerá. Se for para baixo, cabe a você não se deixar abater.
Lembro que desde muito cedo, decidi que queria trabalhar com um valor que me possibilitasse um retorno, bem como que fosse acessível. Defendia, defendo e sempre defenderei que o cerimonial não é artigo de luxo e que as noivas podem sim contar com esse serviço, independente da classe social. Só que cada um é livre para trabalhar como bem entende, desde que os fins não justifiquem os meios. Quero dizer com isso que, para vencer uma concorrência, não há necessidade de faltar com a ética.
Certa vez, uma cliente me questionou se eu conhecia a profissional X e fui sincera ao dizer que apenas de nome. Ela então me contou que, ao ser abordada por essa fornecedora, respondeu que não precisaria dos seus serviços, pois já havia contratado uma cerimonialista. Depois de muito perguntar a identidade da contratada, a noiva citou meu nome. Para surpresa da noivinha, a pessoa disse coisas infundadas sobre minha pessoa, sem ao menos me conhecer. Questão de terrorismo apenas, na última tentativa de fisgá-la, pois ela cobrava um valor bem acima do meu. Foi quando essa cliente esbanjou sabedoria, disse, dentre outras coisas, que tinha a certeza da decisão de não contratá-la, tendo em vista sua tamanha falta de consideração por alguém que não podia se defender, já que não estava incluída na conversa. Em um primeiro momento, confesso que pensei que seria exagero da cliente, mas ela teve o trabalho de me enviar o histórico do messenger, com o conteúdo do diálogo. Fiquei aliviada pelo fato de uma pessoa não ter se deixado contaminar, porém, por outro lado, refleti sobre o caso e me perguntei quantas pessoas deixaram de fechar contrato comigo após essa situação. Tive raiva, desabafei nas mídias sociais (sempre sem citar o nome da fornecedora, pois não acho que seria ético pagar na mesma moeda). E então cheguei à conclusão de que nada adiantaria, que focar no trabalho seria a melhor coisa a fazer. O tempo passou e há uns dias atrás, percorrendo a internet, eis que vejo um anúncio do profissional anunciando valores bem parecidos com os meus. Daí me pergunto: perdeu a qualidade ou se ligou que o mercado é bem maior que aquele mundinho atendido antes? Será que percebeu que o serviço pode estar mais próximo do cliente sem que isso afete a receita?
Gente, o profissional não precisa prostituir seu trabalho, mas também precisa ter a humildade de saber que depende do cliente e pode cobrar um valor justo para ambas as partes. Além disso, o mercado de eventos é pequeno como um ovo. Já indiquei noivas para outras cerimonialistas, por eu não poder atender, bem como já fui indicada. O que isso quer dizer? Que nunca se sabe quando vai precisar de alguém e quem será esse alguém. Não tenho mágoa de quem falou de mim nesse episódio e usei isso como ensinamento. E torço para que todos os fornecedores que tiveram, têm ou vão ter essa conduta, entendam: Se as pessoas se dedicassem mais aos seus trabalhos e não gastassem o tempo falando do trabalho alheio, teriam mais sucesso.
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